Mindfulness na escola – o testemunho dos alunos

O AE Cego do Maio tem vindo a fazer uma aposta na introdução de práticas de Mindfulness na escola  e, este ano, continuou a implementar o projeto Mindfulness iniciado em 2017 em parceria com a Associação Mentes Sorridentes. Devido à pandemia de covid-19, os moldes em que as práticas eram anteriormente realizadas tiveram de ser modificadas e, este ano, o programa abrangeu dois grupos de alunos de apenas duas turmas, num total de 20 alunos.

Nas sessões semanais compostas por diversas dinâmicas através de práticas Mindfulness realizadas na sala criada para o efeito (e durante o Ensino a Distância em sessões online), favorece-se a aquisição de competências como o autoconhecimento, a comunicação e a autorregulação emocional, entre outras, contribuindo para o crescimento emocional equilibrado e o bem-estar geral dos participantes.

Os alunos, sob a orientação da professora Ana Ribeiro, treinaram o seu “músculo da atenção”: ouvindo um som até ao fim; prestando atenção às sensações do corpo; reparando como se estavam a sentir no “agora”, entre outras práticas. Ao longo das sessões semanais, os “exercícios” foram sendo interiorizados e integrados no dia-a-dia destes jovens, dando-lhes uma maior consciência do seu foco, dos seus padrões de pensamento, uma maior presença nas situações que vivem no momento e o aumento da empatia e compaixão. Os testemunhos (em vídeo) de alguns destes alunos sobre a importância e o impacto do projeto nas suas vidas traçam o melhor retrato de um projeto bem-sucedido.

Para além da orientação nestas sessões semanais, também foram realizadas em algumas turmas, com todos os alunos, curtas práticas de atenção plena com exercícios respiratórios no início das aulas que proporcionam um relaxamento propício à concentração.

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O interesse pelas práticas Mindfulness levou a que também as temáticas e práticas partilhadas com outros parceiros europeus conduzisse à criação de um Projeto eTwinning – Taste the Present – através do qual um grupo de alunos desenvolveu atividades na plataforma  com alunos de Itália, Suécia e Ucrânia.

Os resultados preliminares de uma investigação liderada por Ana Paula Matos, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC (FPCEUC), e com a colaboração de investigadores das universidades Emory, nos Estados Unidos da América, e da Islândia, mostram que a pandemia de covid-19 teve “um significativo impacto negativo na saúde mental dos jovens portugueses, especialmente nos níveis de depressão e de ansiedade”. A equipa verificou também um aumento de emoções negativas, “como tristeza, medo e raiva, e de sintomas de ansiedade e uma descida da felicidade”. Os resultados obtidos, sustenta Ana Paula Matos, “salientam a necessidade de se dotarem os jovens de mecanismos de proteção para a depressão, promovendo competências de autocompaixão e ‘mindfulness’ e uma perceção mais positiva de si próprio/a”.

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