Assinala-se hoje, dia 21 de maio, o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento que celebra não apenas a riqueza das culturas do mundo, mas também o papel fundamental do diálogo intercultural para alcançar a paz e o desenvolvimento.
A diversidade cultural é um património comum da humanidade e por isso foi proclamado o Dia Mundial da Diversidade Cultural para Diálogo e Desenvolvimento, através da resolução 57/249, adotada pela Assembleia Geral da ONU de 20 de fevereiro de 2003.
Assente nos princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, esta data procura afirmar valores como o respeito pela diferença entre culturas, a solidariedade entre os povos, a coesão social e o diálogo.
Sublinha, também, a importância da cooperação para alcançar a paz e para uma convivência plena e harmoniosa.
A diversidade cultural é uma condição inerente à sociedade, devendo ser entendida como expressão da diversidade humana, não sendo exclusiva de grupos minoritários (migrantes, grupos étnicos, religiosos, entre outros).
É com grande orgulho, profundo entusiasmo e um sentimento de esperança renovada que vos dou as boas-vindas a esta cerimónia pensada pela equipa REEI (Rede de escolas para a educação intercultural) do AECM que celebra algo essencial ao mundo de hoje e ao futuro que juntos queremos construir: a interculturalidade.
Hoje, celebramos a riqueza da diversidade humana, refletida pelos alunos e alunas oriundos de 22 países diferentes que temos no AECM. Vinte e dois mundos que se encontram todos os dias nas nossas salas de aula, nos corredores, nos recreios, nos trabalhos de grupo e nas conversas informais.
São línguas diferentes, religiões diferentes, costumes e tradições que, em vez de nos afastarem, nos aproximam – porque aqui, neste espaço comum que é a escola, aprendemos que não é a semelhança que nos une, mas sim a vontade de nos compreendermos uns aos outros.
Cada aluno e aluna traz consigo uma história única. Alguns chegaram há pouco tempo, talvez ainda a dar os primeiros passos na língua portuguesa. Outros nasceram cá, mas cresceram em casas onde se fala línguas diversas.
Cada língua representa uma identidade, uma memória, uma herança. E a nossa escola não é apenas um lugar de ensino: é um lugar de encontro entre mundos.
Esta diversidade não é um acaso. É um sinal de que vivemos num mundo interligado, onde as fronteiras físicas já não são barreiras para os afetos, para o conhecimento e para o respeito mútuo.
Mas é também um grande desafio: como criar uma escola verdadeiramente inclusiva, onde todas as culturas sejam valorizadas e todos os alunos se sintam parte integrante de um projeto comum?
A resposta está na interculturalidade, que não é apenas aceitar o outro, mas conviver com ele, aprender com ele, crescer com ele.
A interculturalidade pede diálogo, pede escuta, pede humildade e não rejeição, indiferença e abandono.
E todos nós crescemos culturalmente com a diversidade.
E a escola, mais do que qualquer outra instituição, tem essa missão: formar cidadãos do mundo, pessoas capazes de se colocarem no lugar do outro e de atuarem com empatia e responsabilidade.
Quero, por isso, agradecer a todos os professores e funcionários que, com paciência e dedicação, constroem diariamente pontes entre culturas.
Aos alunos, agradeço a curiosidade, a abertura, a coragem de partilharem o que são — e de quererem conhecer o outro.
E às famílias, o nosso sincero reconhecimento por confiarem na escola como parceira no crescimento dos seus filhos, aqui longe — ou talvez perto — das raízes.
Hoje, ao olharmos para este palco, para este dia e para cada rosto aqui presente, temos a prova de que é possível aprender com a diferença.
E ao longo do dia vamos aprender uma pequena história de cada país aqui representado, com diversas exposições preparadas, na sala de cada turma, por alunos e professores durante a parte da manhã e com diversas atuações na parte de tarde neste palco que irão representar os 22 países diferentes que fazem parte da nossa cultura. Será muito interessante mostrar a nossa diversidade e a cultura de cada um dos países representados no nosso agrupamento.
O verdadeiro sentido da comunidade está precisamente na capacidade de acolher, de integrar, de aprender, sem apagar as identidades, mas antes iluminando-as.
O mundo precisa de exemplos como o nosso.
• Num tempo em que tantos levantam muros, nós escolhemos abrir janelas.
• Num tempo em que tantos promovem o medo do diferente, nós escolhemos a curiosidade, a alegria do encontro e a construção de um futuro comum.
Que esta cerimónia seja, portanto, mais do que um momento de celebração. Que seja um compromisso renovado com os valores que nos guiam: o respeito, a inclusão, a justiça, a igualdade de oportunidades e a dignidade de cada ser humano.
Sejam todos muito bem-vindos. Sejam quem forem, venham de onde vierem, falem a língua que falarem, saibam que esta escola é vossa.
Muito obrigado.